terça-feira, 13 de julho de 2010

CONGRESSO RIO ECO RURAL MARCA SEMESTRE DA COMISSÃO DE AGRICULTURA


Os bons frutos do II Congresso Rio Eco Rural marcaram as atividades da Comissão de Agricultura, Pecuária e Políticas Rural, Agrária e Pesqueira da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), neste semestre. De acordo com o presidente da comissão, deputado Rogério Cabral (PSB), a segunda edição do evento demonstrou que o sucesso do congresso foi concretizado. Desta vez, o presidente da Alerj, deputado Jorge Picciani (PMDB), e o governador Sérgio Cabral estiveram presentes para a abertura do congresso e anunciaram a compra de 170 ônibus escolares, para o benefício de filhos de moradores de zonas rurais, e uma van para que a comissão possa fazer atendimentos itinerantes aos agricultores. “A primeira edição foi positiva. Já temos leis aprovadas e vários outros projetos em tramitação, que foram apresentados no último congresso, e que facilitam a vida no campo e oferecem incentivo aos produtores. No Rio Eco Rural deste ano também tivemos a oportunidade de coletar novas demandas, para que possamos trabalhar focados na reais necessidades da agricultura”, explicou o parlamentar.
A necessidade de estudo e planejamento adequado do solo para um desenvolvimento sustentável da produção agropecuária foi um dos temas abordados nas palestras do II Congresso Rio Rural. Professor aposentado do Laboratório de Solo da Universidade Estadual do Norte Fluminense, Doracy Pessoa Ramos frisou que toda a ocupação feita no solo, seja para produção de alimentos ou construção de estradas, precisa ser estudada. Tema atual no agronegócio, os alimentos orgânicos também ganharam destaque na palestra ministrada pela diretora da Sociedade Nacional de Agricultura, Sylvia Wachsner. O consumo dos orgânicos foi defendido pela diretora, que explicou que os produtos são produzidos em um ambiente com princípios agroecológicos. “Nesta produção são respeitados o uso responsável do solo, da água, do ar e dos demais recursos naturais, assim como as relações sociais e culturais. Os orgânicos zelam pela preservação e ampliação da biodiversidade, e neles não é permitida a utilização de substâncias que coloquem em risco a saúde humana e o meio ambiente”, afirmou.

Durante a palestra do engenheiro agrônomo e pesquisador da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado do Rio de Janeiro (Pesagro), Arivaldo Viana, foram discutidos os obstáculos em relação aos produtores e às indústrias. “Os problemas são os seguintes: baixa produtividade de ambos os setores; em relação aos recursos naturais, a perda na produção das lavouras; e pelas estradas vicinais, o aumento nos custos de produção da matéria prima”, explicou o engenheiro. Entre as propostas que apresentou estão o incentivo, através de linhas de crédito, do plantio da cana-de-açúcar consorciada a outras culturas, a redução da distância de transporte entre as indústrias e as lavouras, melhorias nos sistemas de drenagem e abastecimento de água na zona rural, principalmente na Baixada Campista, e o aumento das dimensões das estradas vicinais nas lavouras para permitir o transporte de canas em veículos de grande carga. Já o engenheiro florestal José Cláudio Ururahy, que falou sobre silvicultura, propôs a elaboração de uma cartilha sobre a produção de eucaliptos, que é mal vista por grande parte dos produtores rurais. “Acho importante desmistificarmos isso”, afirmou.

O deputado Rogério Cabral destacou que a parceria do Poder Legislativo com o Executivo na realização de ações tem incentivado as produções e zonas rurais. O estabelecimento de medidas de incentivo e a instalação de campos de demonstração para desenvolver a cafeicultura no estado, assim como o aumento do suporte das pastagens e a produtividade das vacas em lactação para fomentar a cadeia de produção leiteira também estiveram entre as propostas apresentadas no II Rio Eco Rural. Ex-secretário de Agricultura do Rio, Alberto Figueiredo destacou a importância do leite na alimentação humana e disse que o Brasil, como o sexto maior produtor do mundo, com 26,1 bilhões de litros, está diretamente envolvido nesta questão. “Só no estado do Rio, a produção anual é de 475 milhões de litros, mas, ainda assim, ela é muito baixa. São 1.678 litros por vaca ao ano e o desejável é que este valor chegue a quatro mil litros”, explicou.

Além do leite e do café, outro grupo alimentar constante na mesa dos brasileiros, as frutas, também foi tema de palestra. Pesquisador da Embrapa Agroindústria de Alimentos e presidente da Associação dos Engenheiros Agrônomos do Estado do Rio (Aearj), Sérgio Agostinho Cenci destacou que, em 1996, estudos apontavam para o potencial das regiões Norte e Noroeste no que se refere à fruticultura e ressaltou que, em 2000, o projeto Frutificar, do Governo do estado, deu um grande passo na consolidação deste setor. “No Rio, com o apoio do projeto, houve um crescimento de 300% na produção de abacaxi, entre 2000 e 2006. O abacaxi, o coco, o maracujá, a goiaba e a manga tiveram suas áreas de produção expandidas. Além disso, houve a introdução da produção de uva, citros, pêssego e banana na região Noroeste, grandemente afetada pela decadência da cultura do maracujá”, apontou. O Brasil, segundo o palestrante, representa 5% da produção mundial, 5% das áreas cultivadas e tem mais de 2,8 milhões de hectares em plantio, o que o coloca como o terceiro maior produtor de frutas do mundo. As cadeias de olericultura (plantações de hortaliças em geral) e avicultura também foram temas de palestras proferidas pelo diretor da Associação dos Engenheiros Agrônomos, Leonel Rocha Lima, e pelo avicultor de São José do Vale do Rio Preto Nelson Pereira da Silva.
Fonte: Comunicação Social da Alerj

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Arquivo do blog