quinta-feira, 29 de outubro de 2009

AUDIÊNCIA PÚBLICA DA COMISSÃO DE AGRICULTURA DISCUTE PADRONIZAÇÃO DE CAIXAS DE HORTIFRUTIGRANJEIROS.

A Comissão de Agricultura, Pecuária e Políticas Rural, Agrária e Pesqueira da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) vai ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento acompanhar os projetos de padronização das embalagens da Central de Abastecimento do Estado (Ceasa-RJ). A decisão foi tomada nesta quarta-feira (28/10), durante audiência pública da comissão, no Palácio Tiradentes. De acordo com o presidente da comissão, deputado Rogério Cabral (PSB), a padronização irá diminuir a preocupação do setor produtivo com a mercadoria excedente. “Apesar de o Rio de Janeiro ser o segundo mercado consumidor, quando há elevação da produção não dá para mandar para alguns estados, como São Paulo, que não aceitam nossas mercadorias pelas caixas atuais, não padronizadas”, afirmou o parlamentar. De acordo com o representante do ministério e presidente da Associação Comercial dos Produtores e Usuários do Ceasa (Acegri), Waldir de Lemos, o objetivo do órgão é transformar as caixas plásticas em reutilizáveis e as de madeira e papelão em descartáveis. “As caixas plásticas são muito mais fácil de higienizar e, hoje, é preciso fazer uso de 200 caminhões para retirar todo o lixo produzido pelas caixas de madeira, que atraem muitos mais animais infectados, como ratos”, argumentou Lemos. Apesar das explicações, Cabral fez ressalvas: a caixa plástica deve atender a toda demanda e ser acessível à agricultura familiar. “Os pequenos agricultores, em grande número no estado, já vão perder condições, já que as caixas de plástico custam R$ 12 e as de madeira R$ 2. Além disto, é preciso ter um banco destas caixas para facilitar na hora de retirar o produto do mercado”, alertou.

Para o deputado Pedro Fernandes (PMDB), que também esteve presente no encontro, também é preciso haver um trabalho de conscientização da população. “Enquanto as pessoas não absorverem a imagem de que as caixas de madeira não são higiênicas, continuará tendo mercado consumidor para este tipo de produção poluidora”, colocou. Para o presidente da Ceasa, Ernesto Pamplona, não só central como também a população querem as caixas plásticas. “Além de elas serem mais higiênicas, podemos utilizá-las até quando durarem. As de madeira produzem mais poluição no terreno da Ceasa”, defendeu. Pamplona também anunciou que criará melhores condições para os fabricantes das caixas. “Até o final deste ano, pretendo criar espaços adequados para os fabricantes das caixas de madeira, até porque os produtores agrícolas também dependem deles. Já temos os recursos de R$ 300 mil para iniciarmos as obras na caixotaria e, hoje, fizemos um recadastramento dos trabalhadores”, explicou.

Em contrapartida, o presidente da cooperativa dos caixoteiros, Alfredo Neto, disse que as caixas de madeira são mais práticas do que as de plástico e podem sim ser higienizadas. “A transição das embalagens é um processo difícil e não compensa, já que não há um banco de caixas e os produtores não vão ter condições de pagar”, argumentou. O trabalhador também criticou a reorganização proposta por Pamplona. “As adaptações vão nos prejudicar, pois, certamente, não vão manter os 4 mil empregos que o sistema atual sustenta. Penso que este é um grande interesse de alguns que querem montar suas indústrias. Eles querem nos tirar de lá e acabar com aquele setor. A Ceasa que criou esta desorganização e permitiu que chegasse a essa situação ”, acusou. Porém, o diretor técnico de relacionamento com o mercado, coronel Paulo Afonso, disse que o interesse na reorganização do ambiente partiu dos próprios trabalhadores. “Também devemos considerar que a Ceasa comercializa oito mil toneladas de alimentos por dia e devemos aproveitar a disponibilidade dos recursos gerados pelos R$ 2 milhões de superávit que vamos bater este ano”, ressaltou Afonso.

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